Somos Tão Jovens - Crítica


Renato Russo, ídolo da música brasileira do final dos anos 80 e início dos anos 90 e que até hoje move milhares de fãs pelo Brasil. Este ano, o tão esperado filme sobre os seus primeiros acordes surge.

"Somos Tão Jovens" conta a história do jovem Renato Manfredini Júnior (Thiago Mendonça) durante a sua adolescência, até o ponto em que se torna o conhecido Renato Russo, passando por problemas de saúde, sonhos, amigos e a passagem da banda Aborto Elétrico para a Legião Urbana.

Um dos filmes nacionais mais esperados do ano, "Somos Tão Jovens" tinha tudo para ser uma cinebiografia excelente, já que conta a história desse mito do rock nacional, mas pelo fato de o longa focar apenas na origem da Legião Urbana, tudo pareceu muito superficial.


A história da doença de Renato Russo contada no início do longa passa tão rápido que quem não conhece a biografia de Renato Russo pode se perder um pouco no decorrer da trama, mas apesar disso, o decorrer do resto do filme é bem interessante, mostrando que o longa teve uma boa edição.

Infelizmente a direção de Antônio Carlos da Fontoura deixa muito a desejar, deixando o filme com muita cara de "Telefilme", em alguns momentos parecia que eu estava assistindo a "Malhação", em outros, alguma novela das 9 qualquer da Rede Globo.

O roteiro nos trás uma história bem contada do início da carreira de Renato Russo, mas peca pelo fato de focar mais no Renato do que no Aborto Elétrico ou no Legião Urbana, além disso, a criação de personagens fictícios (como a personagem Ana por exemplo) não da um tom de fidelidade a trama (apesar da personagem de Laila Zaid ser bem carismática).


Felizmente o filme tem uma "salvação" chamada Thiago Mendonça. Parece até que o ator está com a alma do próprio Renato Russo dentro de si, uma atuação tão boa que a vontade de assistir ao resto do longa se da conta só pelo fato de assistir mais Thiago Mendonça, mas apesar disso, os personagens secundários, como o Herbert Vianna, receberam atuações tão ruins que deram até raiva.

A maquiagem está ótima, fazendo o Thiago Mendonça ficar incrivelmente parecido com Renato Russo (principalmente quando ele está de barba), e a fotografia, apesar de estar mediana, deixa o longa com uma cara mais "cult" em algumas partes, a mistura de cenas com imagens reais também foi um bom feito, mas que não foi muito bem explorado.

Acho que o que mais deixou a desejar no filme inteiro foi o final, o filme simplesmente acaba do nada, e mesmo sabendo que se tratava apenas da história da origem da Legião, ao final do filme você fica com uma sensação de "é só isso?", e depois de uma boa edição no decorrer do filme, o final parece mais com um buraco, fazendo pensar que parte do material do filme foi perdido. No fim, parece que se encaixaria uma boa sequencia deste longa.





AVALIAÇÃO FINAL

Regular

Não cumpriu as expectativas, mas também não foi uma total decepção, o longa foi bem conduzido, mas ficaria bem melhor nas mãos de roteiristas e diretores mais competentes, Thiago Mendonça simplesmente rouba a cena. Eu esperava um longa mais dramático, mas não me importei de ser tão leve, isso fez o longa ser mais gostoso de assistir. O ponto mais fraco do filme é o final, que deixa muito a desejar. Enfim, é legal assistir a "Somos Tão Jovens" por curiosidade, mas se tratando de retratar a vida de Renato Russo, recomendo o documentário "Por Toda a Minha Vida" do cantor.

Ps: Quero agradecer aos mais de 300.000 acessos do Blog, valeu galera, vocês são demais! :)

Comentários

  1. Estava lendo seu texto, esse aqui http://cabinecultural.com/2013/05/05/thiago-mendonca-o-que-ha-de-melhor-em-somos-tao-jovens/ e mais outro e percebi que todos são unânimes em colocar o Thiago Mendonça como grande trunfo do filme. De fato, ele conseguiu passar muito bem aquela atmosfera sob a qual o Renato Russo passava.

    Luis Alberto Gonçalves

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